domingo, 20 de maio de 2012

KEEP CALM AND entenda a ejaculação precoce

Devido ao grande interesse dos nossos companheiros do blog voltarei à temática da Ejaculação Precoce (EP). Ah, sim e voltando de pois de um longo tempo sem novas postagens.
Como já disse anteriormente a EP anda junto com a ansiedade, seja ela consciente ou inconsciente. Devido ao grande tabu que se transformou nossa sexualidade pelas castrações históricas religiosas e sociais e que se fazem presente até hoje, um processo que seria natural torna-se uma coisa errada e feia. E já que é uma coisa “errada e feia”, as manifestações dessa sexualidade têm que ser escondida. E se precisa ser escondida isso gera o medo/ansiedade de ser descoberto, de ser pego e castigado por isso. Com isso, muitas vezes, o perfil do ejaculador precoce começa a ser desenvolvido já na adolescência com seus longos períodos no banheiro, se masturbando, claro, tornando-se motivo de apreensão e não de prazer e descoberta.
Aí acontece a primeira transa, que naturalmente é cheia de expectativas e, pra complicar um pouco mais, tem que ser escondido, muitas vezes em lugares onde o medo de ser pego no ato, literalmente, é real e aumenta mais ainda a ansiedade. Somado a isso, desenvolvemos uma sexualidade praticamente genital, onde o pênis é o foco. No início da adolescência descobre-se que ele serve para outra coisa, além de “fazer xixi” e para-se aí. Essa “limitação fálica” do prazer gera uma falta de intimidade com o próprio corpo. E se não temos intimidade, na verdade não aprendemos a ter, com nosso corpo provavelmente não teremos com o corpo da outra pessoal na hora da transa.
Todo esse contexto psicossocial faz com que o corpo responda de alguma forma. Uma das respostas, consequências, acontece na musculatura que provê a continência ejaculatório (que é a mesma da continência urinária). O principal músculo é, o já comentado aqui, bulboesponjoso, que fica na raiz do pênis, sob a uretra peniana. O famoso pubococcígeo também é importante, pois ele sai do cóccix, cerca a base do pênis e vai para o púbis. Esses músculos tendem a não funcionar adequadamente, falham, e não conseguem manter uma contração mais longa que manteria a uretra fechada, contendo a ejaculação. Uma outra possível resposta é a extra-sensibilidade da glande, muitas vezes diagnosticada pelos urologistas.
Com toda essa cascata psicossocial que desemboca fisicamente, no corpo, a intervenção tem que começar na nascente, descer a cascata e chegar onde esse turbilhão desemboca. Ou seja é um programa de tratamento que abrange uma abordagem cognitivo-comportamental, sensorial, na reformulação do processo de excitação e no treinamento dos músculos perineais. O princípio é mais ou menos o mesmo pra se manter o corpo saudável, onde além de se alimentar bem, tem-se que praticar alguma atividade física regular. E não esquecendo da máxima “mente sã, corpo são”, cuidando assim da mente, das emoções, também. Seja na saúde física ou saúde sexual (que costumam andar juntas), para poder obter ambas, é preciso treino, perseverança e paciência.