sábado, 2 de fevereiro de 2013

Rebola, chuchu. Rebola!

Se lembra dessa cantiga de roda capixaba? Pois quando ouvíamos essa música ainda tínhamos os corpos/pelvis livres e puros de maldade socioculturais e religiosas. Bastava tocar essa musiquinha e caíamos no rebolado. E quando falava: “... rebola, chuchu. Rebola se não eu caio...” não tinha quem depois de muito rebolar não fosse ao chão, meninos e meninas. E o interessante que quem ensina a  “requebradinha” é o seu Juquinha, um homem. E o bambolê? Aos meninos restavam girá-lo no braço.
O fato é que tirando o seu Juquinha, os meninos depois que saem do jardim de infância não dançam mais o “Rebola, chuchu”, quiçá rodar bambolê,  porque rebolar passa a ser coisa de menina. Ai do menino que o fizer! Isso se não for chamado de "bichinha", pra deturpar mais ainda as coisas.  E assim se dá um dos primeiros contatos com nossa cultura cheia de preconceitos, que já dão as primeiras demãos de gesso em nossa pelve. Daí por diante, até o final da adolescência, outras tantas demãos de gesso serão dadas resultando numa pelve engessada, bloqueada e contida pelos seus próprios músculos, gerando uma pelve disfuncional, impotente.
E assim se dão a ejaculação precoce e a disfunção erétil “psicogênica”. Mesmo que ambas disfunções sexuais sejam predominantemente emocionais, o fator físico/muscular, o engessamento da pelve, o bloqueio muscular, se faz presente e por isso a importância da fisioterapia.  Neste caso além ter que ser um fisioterapeuta pélvico,  que tenha e trabalhe com uma visão integrada da saúde sexual, e consequentemente da sexualidade, à qualidade de vida do indivíduo.
Besteira tudo isso? Já reparou o poder que a pelve? Sabe qual era o apelido do Elvis Presley? “Elvis, the pelvis”. Quem nunca viu um vídeo do Elvis, num show, mexendo com a pelve e causando um frenesi nas mulheres?
Em Terras Brasilis, muito antes de Elvis, Ary Barroso, na década de 40, já chamava atenção para o quanto o balanço dos quadris nos excita, quando compôs o samba “Isto aqui, o que é?”. A letra diz:
“...Olha, o jeito, nas cadeiras,
Que ela sabe dar
Olha, só o remelexo
Que ela sabe dar
...
Olha, o tombo, nos quadris,
Que ela sabe dar

Morena boa
Que me faz penar...”

Pra ter uma ideia o quanto a pelve é tutelada pela cultura, sociedade e religião, tem-se um exemplo histórico. O balanço da pelve/quadris denota tanta sensualidade, sexualidade e sexo que a Hula, a dança Havaiana, que na verdade é relacionada à espiritualidade, foi praticamente extinta quando o Havaí foi colonizado. Isso se deu por mera questão religiosa (cristã), pois os movimentos da Hula eram deveras sugestivos e libidinosos.
Sim. Conta-se que a Hula era dançada inicialmente por homens. 
Se quiser ter uma vida sexual de qualidade, não só boa pra você, mas também pra sua parceira ou para o seu parceiro, você pode começar seguindo o conselho da Fernanda Abreu: “...Deixa solta essa bundinha, Deixa solto esse quadril...”.
E fique tranquilo! Sua masculinidade em nada será afetada, são as atitudes que fazem um homem e não o molejo do seu quadril.

Claro, não poderia esquecer da Shakira. Seus quadris são tão lascivamente famosos, que se você colocar no Google Imagnes "hips" é ela que aparece. Então lembre-se: quadris não mentem, pelo menos sobre sua qualidade de vida sexual.