sábado, 23 de novembro de 2013

F#ck you!!




















Pô, mas que forma grosseira de começar um post, não? Pra que o palavrão? Por que o insulto? Não poderia colocar “cobras e lagartos” no lugar desse palavrão desnecessário? Tipo assim:
Bom, topa fazer um exercício? Se você fosse insultar uma pessoa que tivesse te gerado muita raiva ou se acontecesse alguma coisa que te deixasse muito chateado. Como seria? Quais palavras usariam? Possivelmente seriam coisas como: Piranha! Veado! Filho da puta! Vai pra puta que te pariu! Vai tomar no olho do seu cu! Vai se foder! Seu escroto! Caralho! Buceta!
 
Pois é. No título, falei apenas "vai se foder”. O que de modo geral, não deveria ser tão ruim. Seria algo como uma autoestimulação das zonas erógenas, masturbação ou coisas do tipo.  Mas  por que soa tão pesado?
Ah claro, pro homem, esse xingamento tem um agravante. Se semelhança com "vai tomar no cu". O que abala profundamente as estruturas da sua masculinidade, construída até os dias de hoje. E repercute, por exemplo, no adjetivo comumente dado a um simples exame de próstata: humilhante. 
O objetivo não é explicar o palavrão, mas sim chamar atenção por usarmos sempre palavras de cunho sexual sempre que queremos insultar alguém ou simplesmente expressar nossa raiva. Se falarmos “sexo”, facilmente fazemos um link com prazer, gozo, satisfação. Mas se o prazer é bom, por que relacioná-lo com sentimentos “ruins”? Qual a repercussão dessa relação na nossa sexualidade? Na nossa qualidade de vida sexual? No mínimo dicotômico, não?
No fim essas expressões/palavrões só representam o que está presente no nosso inconsciente coletivo sobre os conceitos morais-religiosos do que é certo ou errado a partir do sexo, o que  o faz de domínio público. A resultante disso é o alto índice de homens e mulheres com algum grau de insatisfação, inadequação e disfunção sexuais.
Deixar o corpo nu para uma transa é fácil, difícil é despir a mente de toda culpa, moral e repressão sexual há milênios impostas.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Rebola, chuchu. Rebola!

Se lembra dessa cantiga de roda capixaba? Pois quando ouvíamos essa música ainda tínhamos os corpos/pelvis livres e puros de maldade socioculturais e religiosas. Bastava tocar essa musiquinha e caíamos no rebolado. E quando falava: “... rebola, chuchu. Rebola se não eu caio...” não tinha quem depois de muito rebolar não fosse ao chão, meninos e meninas. E o interessante que quem ensina a  “requebradinha” é o seu Juquinha, um homem. E o bambolê? Aos meninos restavam girá-lo no braço.
O fato é que tirando o seu Juquinha, os meninos depois que saem do jardim de infância não dançam mais o “Rebola, chuchu”, quiçá rodar bambolê,  porque rebolar passa a ser coisa de menina. Ai do menino que o fizer! Isso se não for chamado de "bichinha", pra deturpar mais ainda as coisas.  E assim se dá um dos primeiros contatos com nossa cultura cheia de preconceitos, que já dão as primeiras demãos de gesso em nossa pelve. Daí por diante, até o final da adolescência, outras tantas demãos de gesso serão dadas resultando numa pelve engessada, bloqueada e contida pelos seus próprios músculos, gerando uma pelve disfuncional, impotente.
E assim se dão a ejaculação precoce e a disfunção erétil “psicogênica”. Mesmo que ambas disfunções sexuais sejam predominantemente emocionais, o fator físico/muscular, o engessamento da pelve, o bloqueio muscular, se faz presente e por isso a importância da fisioterapia.  Neste caso além ter que ser um fisioterapeuta pélvico,  que tenha e trabalhe com uma visão integrada da saúde sexual, e consequentemente da sexualidade, à qualidade de vida do indivíduo.
Besteira tudo isso? Já reparou o poder que a pelve? Sabe qual era o apelido do Elvis Presley? “Elvis, the pelvis”. Quem nunca viu um vídeo do Elvis, num show, mexendo com a pelve e causando um frenesi nas mulheres?
Em Terras Brasilis, muito antes de Elvis, Ary Barroso, na década de 40, já chamava atenção para o quanto o balanço dos quadris nos excita, quando compôs o samba “Isto aqui, o que é?”. A letra diz:
“...Olha, o jeito, nas cadeiras,
Que ela sabe dar
Olha, só o remelexo
Que ela sabe dar
...
Olha, o tombo, nos quadris,
Que ela sabe dar

Morena boa
Que me faz penar...”

Pra ter uma ideia o quanto a pelve é tutelada pela cultura, sociedade e religião, tem-se um exemplo histórico. O balanço da pelve/quadris denota tanta sensualidade, sexualidade e sexo que a Hula, a dança Havaiana, que na verdade é relacionada à espiritualidade, foi praticamente extinta quando o Havaí foi colonizado. Isso se deu por mera questão religiosa (cristã), pois os movimentos da Hula eram deveras sugestivos e libidinosos.
Sim. Conta-se que a Hula era dançada inicialmente por homens. 
Se quiser ter uma vida sexual de qualidade, não só boa pra você, mas também pra sua parceira ou para o seu parceiro, você pode começar seguindo o conselho da Fernanda Abreu: “...Deixa solta essa bundinha, Deixa solto esse quadril...”.
E fique tranquilo! Sua masculinidade em nada será afetada, são as atitudes que fazem um homem e não o molejo do seu quadril.

Claro, não poderia esquecer da Shakira. Seus quadris são tão lascivamente famosos, que se você colocar no Google Imagnes "hips" é ela que aparece. Então lembre-se: quadris não mentem, pelo menos sobre sua qualidade de vida sexual.